domingo, 12 de agosto de 2007

Porque é que eu comprei o "Foi assim" e não o "é assim" (o amarelo de há uns dias)

Há muitos motivos que me levaram a preferir o "Foi assim", da Zita "Se Abra" ao "A arte do sexo oral - por uma anónima que sabe do que fala". Mesmo muitos.

Ora uma anónima que sabe do que fala e que começa um livro com um parágrafo com:

"Desde os primórdios da Humanidade que os seres humanos usam a língua para se estimularem sexualmente uns aos outros. Não é precisamente isso que fazem quando se beijam?"

... pode (teoricamente) saber do que fala... mas não fala necessariamente bem nem de modo que dê vontade de ler! Nem fazer, que nestas coisas a prática faz a perfeição! Isto podia ser o prefácio do livro do Mantorras ou da Carolina Salgado. Mas não de um livro sobre sexo oral: é o primeiro de uma série de "turn offs".

Um livro sobre sexo sem figuras pode ser um handicap. Mormente se o autor não tem jeitinho para escrever: ao menos as figuras (com ou sem legendas) podiam ajudar (ou distrair da falta de talento para a escrita).

Eu sou uma badalhoca, mas no bom sentido. Há badalhocas no mau sentido! E esta anónima é uma delas! Por exemplo, tratar os "tools of the trade" por palavras que começam com "c" (uma acaba em "alho" e outra em "ona") é chato! Aliás, eu tenho a teoria que aquilo foi uma tramóia bem urdida para desincentivar as pessoas de praticar sexo oral (ou sexo de todo!). Senão, vejamos o índice:

1. O índice está dividido em duas partes: para ele e para ela. Sendo que o "para ele" é um manual de intruções para que o menino possa brincar com o brinquedo da menina com a boca e a menina possa meter coisas à boca sem comprometer a elegância (estou convencida que aquilo não tem muitas calorias, mesmo porque não é forçoso engolir). Pois, mas os termos são qualquer coisa como "como chupar um c****", o que me parece uma badalhoquice e qualquer coisa que não tenho a certeza se quero fazer! Além de que ignora por completo a opção menina+menina e menino+ menino, o que não deve ser boa estratégia de vendas!

2. Subdivisões do capítulo "para ele":
2.1 "O que ela tem entre as pernas" - digo eu que se o tipo ainda não descobriu isso... não é agora! Na volta ou nem com manual de instruções interactivo lá chega, pelo que é melhor ficar-se (ou vir-se!) pelo equipamento de série. Sozinho ou com amiguinhos!

2.2. "Posições" - OK, mas aviso já que não tem figuras. Dá jeito quando um gajo está a tentar fazer qualquer coisinha, mesmo porque nesses preparos fica com o campo de visão algo limitado.

2.3. "Vamos a isso" - Já vamos na página 30 e tal: nem eu demoro tanto tempo em preliminares!! Acho que por esta altura alguns já desistiram!

2.4 - "Língua" - Sim....??? Depois daquele prefácio acho que estamos mais ou menos conversados!

2.5 - "A todo o vapor" - Vapor??? Espero que não tenha nada a ver com gases!

2.6 - "Dedos" - Só agora??? Então... never mind! Ao menos não tem um capítulo "dentes"! Menos mal!

2.7 - "69" - Estranhamente, na página 65. Chamo a atenção para o facto de a esta hora a leitora ainda não saber "o que ele tem entre as pernas", pelo que é capaz de haver algumas surpresas quando algumas meninas repararem que os meninos vêm equipados de série com mangueiras!

2.8 - "Menstruação" - Ora bem, fala em tampões e apagar a luz... é preciso dizer mais? Um mérito tem: é o verdadeiro tabu!

Entramos (por assim dizer) no "para elas", mas por esta altura eu já estava a dar mau aspecto na Bertrand. E entendi que aquele livro não tinha nada para me ensinar (mesmo porque eu tenho uma vaga ideia do que é que os meninos têm entre as pernas e como funciona). Um dos sub-capítulos era "treinar, treinar, treinar". Ora eu acho que esse devia ter sido colocado na secção da gaita de beiços (e não na gaita de foles), dado que o equipamento das meninas (o cérebro) demora mais tempo a aquecer e a produzir energia. Mas quando produz....

É que alguns meninos continuam a achar que é só carregar no botão e aquilo entra em piloto automático. E não é bem assim! Esta secção, estranhamente, era mais comprida que a primeira, o que me leva a crer que foi um homem que escreveu o livro. Chamem-lhe pressentimento!

E agora, ainda acham que devia ter comprado o livro?

14 comentários:

Krippmeister disse...

Agora percebo, tens toda a razão. Um livro sobre sexo sem bonecos é como um caderno de geometria analítica, uma seca do caneco.
Ter um capítulo sobre a menstruação? Muito à frente! De certeza que não tem lá uma piadinha que envolva arroz de cabidela?

Krippmeister disse...

"Vamos a isso" so na pagina 30... não deve ter sido um homem a escrever. Se fosse os preliminares era mesmo apenas "querida, vamos a isso!"

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

Arroz de cabidela?? Filhinho, não sei, mas não me parece que um livro daqueles tivesse subtileza nem sentido de humos. Daí, foi um gajo a escrever isso (obviamente não foste tu).

Evitei ler demais do livro porque ia-me tirando a vontade de "coisa e tal". E não convém! Sobretudo porque não estou a considerar uma carreira no clero (nem eles me quereriam lá: peco demais e sou muito subversiva).

Dito isto, acho que prefero ficar na secção das encalhadas a emparceirar com um tipo que acha um livro destes interessante! Pela falta de piada, pela falta de figuras e pela falta de foot massage! Entre outras... a não ser que a biblioteca contenha outros títulos interessantes... eze!!!

O que me leva a outro livro que comprei, mas ainda não vou falar porque ainda não o li. Hoje vou ler um niquinho só para dar um aperitivozinho.

Krippmeister disse...

Boa! Vamos lá ver se a Rita Se Abra faz juz ao nome :-)

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

Não é esse: é o "os espermatozóides são dos homens; os óvulos são das mulheres". Parece-me uma coisa séria, com muita Biologia, mas com humor à mistura. Pode ser que dê para aprender qualquer coisinha! E aprender e rir ao mesmo tempo é um bónus simpático!

Aqui, por exemplo, não se aprende nada (fora a constatação óbvia que algumas criaturas não batem bem da moleirinha), mas ao menos rimo-nos imenso!

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

Tens duas missões para quando entrares de férias:

1. Escrever o post "porque é que os gajos têm fantasias com fufas" (resumidinho. Mas resumido à minha moda!!)

2. Ilustrar isso devidamente!!!

Pela minha parte, vou desenvolver (resumidamente) o assunto até à náusea. Se é que isso existe...

Abobrinha disse...

Socorro!!! Está a dar no rádio a mesma música romântica que passou no sábado 50 vezes e que pôr os casaizinhos todos a olhar uns para os outros com um calor que ia derretendo o gelado! Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeelp!!!

Eu ando muito mal do estómago: sou muito sensível a romantismos excessivos!!! Isso pode explicar porque é que eu estou encalh... solteira, mas eu acho que não é por aí. Para falar verdade, isso não interessa!!

Krippmeister disse...

Enfim, se a falta de romantismo fôr compensada com a devida fomanga libidinosa, então não vejo razão para estares encalhada...

Krippmeister disse...

Oki, eu escrevo o post. Vamos ver se consigo explicar isso como deve ser.

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

Eu não estou encalhada: eu faço é todas as escolhas erradas! Maus rapazes, lembra-te? Ou então amores impossíveis!

Daí a minha confusão nos meninos com atracção por fufas: impossível! Mais que amor impossível, sexo impossível! Bem, havia uma cena na letra L em que a Bette e a namorada tiveram um uma ménage a trois com um gajo para engravidar a namorada da Bette...

Quanto ao resto... isso não se diz num blogue! Sabes que às vezes só parece que eu falo muito!

Krippmeister disse...

Ah, mas se por um lado é muito provável que todos os homens tenham fantasias com cenas de fufas, isso não é de modo nenhum factor imprescindivel numa relação. Se fosse só o Hugh Heffner e uns poucos outros se ficavam a rir.
A fantasia das fufas é isso mesmo, uma fantasia.

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

A brincar, a brincar, és bem capaz de ter posto o dedo na ferida da minha vida amorosa.

Infelizmente acho que tenho uma característica de gajo: nunca aprendo!

Krippmeister disse...

Não queria mexer nas feridas de ninguém, desculpa. Até porque não estou esterilizado.

Enfim, no meio do caos e das coíncidências e da falta de ordem que reina em geral nestas questões sentimentais, estou convencido que eventualmente terás sorte :-)

Estou a torcer pela abobrinha!

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

Não estás esterilizado? Do ponto de vista da continuidade da espécie, ainda bem! Se bem que acho que entre os teus pais e os teus manos a coisa esteja controlada, mas adiante: uma coisa não tira a outra! Eu, em contrapartida, estou em falta!

Anyway, obrigada pelo voto de confiança! Como diz o cego: a ver vamos! E se aprenderes alemão, já sabes...