quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mudei de ideias: afinal o cabelo é muito importante

No famoso (ou infame) post do Farinelli dizia eu que o cabelo não era assim tão importante. Ora bem, menti! É da maior importância, mas não como pensam. Como quase qualquer coisa na Abobrinha, isto vai dar uma volta de 180º (ou de 360: depois volta ao mesmo).

Ultimamente vocês sabem que eu ando assim um pouco para o sensível. Meia chorosa: chega-me a lágrima ao olho por tudo e por nada. Pois neste momento estou absolutamente lavada em lágrimas e nada do que vocês possam dizer ou fazer poderá fazer mais que causar mais lágrimas ainda e perda de razão! O sentimento é forte demais: estou completamente descontrolada e o meu corpo sacode-se violentamente em espasmos... de riso!!! Isto é tão mau que só pode ser verdade!!!



Aaaaaaaaaaaaaaaaai... doi-me a barriga de rir... há gente tão defeituosinha dos cornos! O que eles lucravam em ter posto questões ao consultório sentimental da Abobrinha!

NOTA: encontrei esta coisa à procura de material para posts de gajos... preparem-se porque isto vai correr mal!!

God bless the internet!

O consultório sexual da Abobrinha - semana 1

Meus lindos

Grande parte da minha inspiração vem de vossas excelências, que fazem o obséquio de me ler e me achar piada (ou não, mas já sabem o que é o livro de reclamações). O que só prova que são boas pessoas e donas de uma paciência infinita. Em homenagem a vocês, a Abobrinha iniciará esta sexta-feira dia 1 de Fevereiro um novo espaço aberto: o consultório sentimental.

Será um espaço inspirado na "Maria", esse ícone dos anos... coisos, os anos da minha meninice, crueis porque não havia internet e a moda era do pior possível (e os cabelos? Nossa senhora!). Exemplos clássicos de dúvidas à Maria eram coisas como "sacudi as cuecas ao pé de um homem casado. Posso engravidar?". A Maria respondia às perguntas mais cabeludas das suas leitoras e escutava-lhes os desabafos.

É o que farei aqui: todas as sextas abrirei as "hostilidades" com um post intitulado "o consultório sentimental da Abobrinha" e vocês deixarão as vossas perguntas e desabafos (emocionais, políticos, sexuais, tudo). Se não deixarem, eu mesma me encarregarei de deixar nicks inventados com perguntas cabeludas. É um desafio!!! Algures durante o fim de semana deixarei a resposta às vossas questões, de modo a terem motivo para se rir logo no início da semana. Não só não me importo que as perguntas sejam totalmente anónimas como acho que isso só acrescenta piada à coisa.

O consultório é livre e gratuito, mas se quiserem contribuir para a minha felicidade e fortuna pessoal, estejam à vontade.

Estão abertas as hostilidades! E assim cheguei ao incrível número de 46 posts no mês de Janeiro... como é possível???

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NOTA a 1 de Fevereiro (10:54):

Para os mais atentos, este post mudou de nome: de "consultório sentimental" passou para "consultório sexual". A badalhoquice é a mesma, o título é que é diferente. É uma das muitas estratégias de marketing da Abobrinha (tenho mesmo que começar a cobrar honorários, pá!).

Façam o obséquio de colocar questões. De preferência anónimas. Se decidirem colocar-me perguntas por e-mail eu guardarei o ferozmente o vosso anonimato, como sabe a Ana Luísa de Anadia, Rua das porcas, 23, 3º Fr, tel 965231352 por experiência própria.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Sporting ganha um joguito e depois é isto!

Está tudo louco!!! Agradeço ao Sporting ter acalmado o facho ao FC Porto (espero que isto não me renda umas bocas estilo casa de banho pública, que eu já estou farta de caralhadas), mas não havia necessidade disto.

"Dois tigres do Circo Chen, escaparam esta manhã das respectivas jaulas, à entrada da Azambuja, e estão a causar alguma confusão na Estrada Nacional 3, que liga o Cartaxo ao Carregado.

Segundo o repórter de trânsito do Rádio Clube, um dos animais já foi capturado, mas a companhia de circo e a GNR evitam agora que o outro animal escape para uma zona de mato.

Segundo declarações do major Jorge Amado, do Serviço de protecção da natureza e Ambiente da GNR, o normal nestas situações, inesperadas, é que o circo use uma arma tranquilizante para recuperar o animal, arma essa que deve ter obrigatoriamente. Caso contrário terá de ser chamado um técnico do ICNB, os serviços de natureza, que dispõem das mesas armas.

Os tigres terão saído cerca das 6h30 de uma carruagem de transporte de animais do circo Chen que se encontra avariada na estrada, adiantou a GNR."


Se fosse o Porto a ganhar seria mais exótico: dois dragões escapam da mitologia antiga e aterrorisam cidades. Produtor americano tenta comprar a história, mas Pinto da Costa diz que tem os direitos, pensa ele de que.

O Benfica a ganhar teria muito mais importância ecológica: duas águias foram vistas nos céus de Lisboa em plena liberdade. Uma delas espirrou, o que causou um frenesim entre os jornalistas. Há casos de gripe das aves, mas isto é considerando os repórteres como galinácios. Claro que o Benfica ganhar seja o que for também tem, só por si, contornos de mitologia: uma história ficcional com um fundo de verdade!

P.S. Para fins dramáticos, considero tigres e leões como a mesma coisa. Acho que já se tornou claro que o blogue é meu, por isso se eu digo que é a mesma coisa, é porque é a mesma coisa!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A fama, a fortuna, o tratamento da calvície, o amor fraternal e a horta

Eu prometi gajos, eu dou gajos! Bloguisticamente falando, of course! O que vocês se esqueceram é que a minha lógica, a maioria das vezes, é assim... como é que eu hei-de dizer... um bocadinho... estranha! Bizarra! Algo... retorcida!

Já aqui foi abordada a questão fundamental de até que ponto podem ir irmãos no seu amor pelo outro filho do seu pai e/ou da sua mãe. As manas Cruz estão dispostas a fazer várias figuras (digamos) parvas (depois de namorar com o Tom Cruise, estranhamente faz sentido), o Herr K. está disposto a copiar os posts do irmão em solidariedade com este, para que um totó que ameaçou o primeiro se aperceba que fez figura de urso, a Allanah está disposta a fazer a Joaninha matar-se de cima de uns saltos de 11 cm só para ser sexy (diabo, esta parece que ficou um bocado ao lado) e eu estou disposta a muita coisa pela minha irmã que agora não interessa (entre outras coisas porque ela não sabe deste blogue e até arrancava os cabelos se soubesse) e que hoje poderá implicar ficar até às tantas acordada.

Tudo isto são miudezas quando comparadas com um outro par de irmãos. Os irmãos Broschi (isto é impressionante: eu nem sequer inventei isto!): Riccardo e Carlo. Num filme que me fez andar nas núvens uns tempos com a beleza da música e da história, vi uma versão mais ou menos romanceada (e é a essa que me vou referir) da vida do Carlo e da relação de profundo amor com o seu irmão Riccardo.

Carlo Broschi é um nome promissor (mas isso só porque este blogue está cheio de mentes porcas; e isso porque eu as cultivei). A carreira foi-o certamente: Carlo foi um ídolo da sua altura. Uma espécie de "pop star" do século XVIII. A fama, a fortuna e preocupação nenhuma com ficar calvo, de modo inteiramente natural e mais que seguro (quer dizer... mais ou menos). Por esta altura algumas pessoas já se estarão a atirar para o chão a rir porque se aperceberam que eu estou a falar de Farinelli. Suponho que o rapaz não terá rido quando lhe colheram a horta, sobretudo porque na altura não havia anestesia. Mas depois deve ter-se habituado (digo eu).

Fica a lição: quando se põe gajos a fazer coisas de gaja (no caso, falar fininho), corre mal. Hoje por acaso ia pondo um a falar fininho, mas nem foi por nada que tivesse feito: simplesmente virei-lhe as costas e deixei-o a falar sozinho. Quando a intenção é chatear, há pouca coisa pior que isso! Mas isso agora não interessa nada.

Vi o filme há séculos e não bate inteiramente certo com esta história do rapaz. No filme como eu me lembro, o Riccardo e o Carlo estavam a passar por um período de grandes dificuldades financeiras quando o Carlo, que tinha uma voz lindíssima, adoeceu. Vai daí, o Riccardo... zás!... e o Carlo continuou com voz de menina.

No filme o Carlo tem as gajas todas, mas é o Riccardo que tem que acabar o serviço (I wonder why!). O Carlo, naturalmente, é quem as atrai, pela sua beleza andrógina e a sua bela voz. Dois pelo preço de um.

A cena que aqui coloco recorda-me como o francês é uma língua que me faz tremer que nem varas verdes, desde que não falada por um fulano que esteja a tentar imitar o Farinelli sem a parte da castração (e daí, pela maneira de falar de alguns, não estou disposta a jurar): a voz do actor é bestial. Mesmo quando releva ao Carlo que o Riccardo é que lhe arejou os tomates (há gente que não serve para a agricultura, não há hipótese, e o corte dos fundos estruturais e a PAC não ajudam).

A parte do amor fraternal (tanto quanto me lembro do filme, porque já o vi há séculos) foi não só o Riccardo ter sacrificado a virilidade (do irmão, o que é manifestamente mais fácil que sacrificar a própria virilidade), embora o tivesse feito porque precisava de comer, mas também o perdão do Carlo ao irmão. Compreendeu e desse revés fez uma força e brilhou com todo o brilho que só um brilhante castratto podia ter na altura.

Chamo a vossa atenção para a segunda música, onde Farinelli canta Handel. A música chama-se "Lascia ch'io pianga", ou seja, deixa que eu chore. Digo eu que no filme é uma mulher que canta... mas eu já vi muita coisa e já pouca me faz admirar!



Para quem ficou traumatizado, fica esta versão.



Fica o alerta: a agricultura é uma arte nobre e que não se deve descuidar. E o cabelo... não é assim tão importante!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Aquele engate

Vi a miúda a sair do carro e a precipitar-se entusiasmada para a porta. Eram 10 e tal da noite de sábado. Era parecida comigo, mais ou menos da minha idade possivelmente (se bem que me pareceu qualquer coisa mais nova). Aliás, se a descrevesse no geral, podia estar a descrever-me a mim.

A porta da farmácia afinal não era o objectivo dela, mesmo porque estava fechada. O objectivo dela era a máquina de compra de preservativos e o motivo do sorriso estranho no rosto dela. Sorri a pensar nisso e olhei casualmente para o carro.

Dentro do carro estava um homem com aspecto de ter idade para ser pai dela. E sorria. Mas um sorriso diferente. Um sorriso de triunfo. Não sei se teria sido um sorriso de "eu nem acredito que isto me está a acontecer", mas senti algo de errado naquele sorriso. E pensei que se aquela máquina falasse, teria muito para contar. Afinal, aquelas máquinas são para emergências, e não geralmente para actos deliberados. Já me dirigi a uma porque uma amiga olhava para ela mas não tinha coragem de avançar para lá com tanta gente (2 pessoas) a olhar. Diz ela que lhes deu bom uso e eu acredito. Tudo o resto correu mal, mas ao menos naquela noite ela foi feliz.

Não consegui deixar de pensar na urgência daquela protecção e contracepção e em tudo o que senti que havia de errado naqueles sorrisos. Seria engate ocasional? Seria amor? Seria uma funcionária a tentar subir pelos meios errados? Fosse o que fosse, não me dizia respeito, mesmo porque eu estava só a passar. Toda a cena durou 3-4 segundos mas pôs-me a pensar mais que esse tempo, um pouco porque sim, um pouco por causa de conversas de arrepiar os cabelos que tenho tido e ouvido nos últimos tempos e experiências de amigos. Mulher que pensa é perigosa.

Quem acredita nos homens é verdadeiramente uma pessoa de fé. Eu sou uma pessoa de fé... mas à cautela, desconfio.
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29-1-2008, 00:47

Este post não saiu como eu queria. Para falar verdade, não sei o que é que eu queria com este post, mas não era isto. Não queria ser moralista, sobretudo quando parece ter recaído sobre a mocinha a reputação de Eva. Hei-de voltar mais tarde a isto, mas... isto foi completamente ao lado!

Ode ao Piolho - parte 2

O Piolho era frequentado por pessoal de várias Faculdades e de nenhuma. Conheci pessoal muito interessante (e outros que não interessavam ao menino Jesus). E tinha umas aves raras curiosas.

Havia o Ulisses (ou outro nome de um herói grego, não me lembro), de quem se dizia que tinha começado a tirar Letras mas se tinha enamorado de uma fulana que o fez sofrer e enlouqueceu (possivelmente a história não era nada disso). Passava sempre por lá a tentar vender um poema. Que era sempre o mesmo (esqueci-me do título, um dia destes lembro-me). Algum pessoal dava-lhe uma moeda de vez em quando, a ver se ele largava e se se enchia de cerveja ali ou noutro sítio qualquer.

Havia as "meninas", que faziam do jardim da Cordoaria o seu local de trabalho. O jardim era fechado, com muitos recantos. Mudou também, para uma coisa aberta e sem seguredos. Muito agradável.

A dona Rosa era uma delas. Não tinha dentes à frente. Um amigo meu achava que era de se ter dedicado muito ao "trabalho", mas eu achava que ela não era uma delas mas a (mmmm...) gerente de tempos e métodos (métodos não sei, mas de tempos devia ser). A dona Rosa era PS (lembro que eu entrei para a Faculdade no fim do Cavaquistão) e tinha um ódio de morte ao Cavaco Silva e ao PSD. A dada altura foram as eleições que opuseram o Sampaio ao Cavaco (toda a gente sabe como acabou o embate) e o Sampaio foi ao Porto. No beija-beija das eleições, estávamos curiosos para ver se ela conseguia dizer ao pobre Jorginho todo o amor que dizia à nossa frente que lhe tinha. A sorte foi que alguém (Deus??) deve ter protegido o Jorginho de tanto amor. Como canta o outro "too much love will kill you/just as sure as none at all".

Alguém no Piolho tinha decerto lido Sun Tzu e a parte do "mantém os teus amigos perto e os teus inimigos mais perto" (eu estou a brincar, mas de certeza que alguém tinha lido isso e mais). Não sei se tentou explicar isso à dona Rosa, mas deu-lhe um autocolante do Cavaco Silva e pediu para ela o colocar, o que a confundiu um bocadinho. Mais tarde veio ter com essa pessoa e disse que realmente tinha optado por colocar o autocolante do Cavaco. E passou a demonstrar. Foi nessa altura que quem estava ao pé dela ficou a saber que ela não usava cuecas, não fazia a depilação e possivelmente não se lavaria por baixo. Político sofre!

Os empregados também tinham a sua piada. A um deles um grupo era capaz de pedir um café curto, um café forte, um café cheio, um muito cheio, um café normal, um numa chávena escaldada e um não muito queimado. Ele assentia com o ar mais concentrado do mundo. Para chegar ao balcão e pedir "7 cimbalinos".

Um outro contou a mim e a um amigo que o irmão tinha estado preso pela PIDE e tinha chegado a estar numa cela com um metro cúbico e uma das paredes a escorrer água. Bem, ao fim de muito tempo eu e o meu amigo decidimos que ou um metro cúbico era 1 m de altura por um de largura por um de comprimento, ou tínhamos feito mal as contas ou ele se tinha enganado. Ele jurou que era verdade. E que as contas estavam bem feitas.

Ainda se estuda no Piolho, mas as Faculdades já voaram dali (acho que sobra um instituto de não sei o quê de saúde onde era Engenharia). Agora tem muitos estrangeiros, coisa que não havia na altura. As coisas mudam. Não é bom nem mau: é assim. O meu tempo de Piolho de dia e o tempo do Piolho tão só de estudantes e de "meninas" já passou. Mas continua lá e é lindo.

Ode ao Piolho - parte 1

A quem não entendeu, isto não faz parte da saga "baratas, carraças e bananas" (que está à espera de mais inspiração, que de momento me foge). Para falar verdade, não tem nada que ver com nada disso: é um post exclusivamente urbano. Já agora, aviso que poderá ser um bocado seca, por isso quem está à procura de figuras e badalhoquices bem pode desligar (bem, vai ter uma badalhoquice).

Ontem fui dar uma das minhas voltas sem destino nem percurso ao Porto. Não vi o Pedro Abrunhosa no Majestic, mas desta vez se ele fosse de óculos de sol veria qualquer coisa: é que estava um dia de sol lindíssimo: uma luz linda, que faz adivinhar a Primavera. Inevitavelmente andavam casalinhos de mão dada e um ar lamentavelmente apaixonado. Ou seja, são animais de sangue frio, como as cobras e as lagartichas: saem para a rua com o calorzinho.

Também fui à livraria Lello, que recomendo a toda a gente. Lembrei-me de um cientista honesto, o Luís, porque escreveu este post (e muitos outros). Lamentavelmente tinha a máquina fotográfica no carro, por isso não tirei uma única fotografia.

A dada altura fui desaguar ao Piolho, aka Âncora de Ouro, que eu conhecia de gingeira dos meus tempos de Faculdade.

Entrei e fiz o que sempre fazia (já sem pensar) quando entrava lá: olhei para todos os lados a ver se encontrava alguém conhecido. Só que isso foi há mais de 10 anos, por isso não havia ninguém lá conhecido.

Sentei-me na mesma e comecei a recordar e a observar. O café está diferente: está maior, porque a parede que o separava da parte onde se faziam refeições foi deitada abaixo. Não se pode fumar lá dentro, o que tem como consequência um ar respirável e o chão a já não parecer o "cinzeiro grande", onde eram sepultadas as beatas e pedaços de cinza que caíam de estudantes boémios e outras companhias (lá iremos). As casas de banho também passaram a ser melhores um pedaço. Aliás, passaram a ser mesmo bastante boas! E tem televisão: dois ecrãs XPTO, o que era mais ou menos escusado porque o atractivo do Piolho não são os bonecos a duas mas a três dimensões e com alma que por lá param.

Está igual nos espelhos que o forram, nas colunas com acabamento dourado, nas lamentáveis placas (coisa tão kitsh!) de cursos vários ao longo do tempo e ainda no mais importante: as mesas corridas.

Quando alguém chegava muito cedo (chegou a ser o meu caso, por horários de aulas desencontrados dos do autocarro) abancava em qualquer lado. Depois disso entrava um, entrava outro e outro e outro. Depois saía um, saía outro, depois entrava e por aí adiante. Um sistema dinâmico, em que se conhecia amigos de amigos de amigos de amigos de conhecidos. Para mim um rosto conhecido era o suficiente para abancar. Meio conhecido também.

Foi no Piolho que me viciei em café. Sim, eu viciei-me em café aos 18 anos, ou seja, depois de velha. O mais curioso é que não fui eu que comecei a ir para lá: as chocas das minhas coleguinhas é que na altura emburraram para lá porque "era mais académico" (ainda hoje não entendo bem o que é que isso quer dizer). Eu achava o café sujo (e era!) e ruidoso. A última parte acabei por apreciar; a primeira aprendi a ignorar.

(continua)

sábado, 26 de janeiro de 2008

O drama de uma gaja perante um pacote de bolachas

Tenho uma confissão importante a fazer: não sou competente para ter bolachas em casa! Nem na bolsa. Em suma, não competente para ter bolachas! De todo!

Andei anos e anos sem ter pacotes de bolachas em casa. Aliás, a minha cozinha é uma pobreza: montes de legumes, toneladas de fruta, arroz, massa, sal (que me dura anos), cereais para pequeno almoço (daqueles que parecem palha, que são os que eu gosto mesmo), leite, iogurtes, café e chá. Acho que me esqueci de um par de coisas, mas se estão a perguntar pelo açúcar... não tenho! O último pacote de açúcar que tive endureceu e tive uma certa dificuldade em deitar aquilo fora sem partir o frasco.

Mas bolachas... nicles. E eu tinha-me esquecido porquê. Até um dia destes, quando tive a ideia peregrina de namorar um pacote de bolachas todo XPTO super promix. Era daqueles que tem vitaminas para não engripar durante 10 anos, ferro suficiente para cagar uma enxada e fibras para fazer uma corda para depois usar para saltar e gastar as poucas calorias que aquilo tem. Por bolacha, naturalmente. Ou seja, das que faz bem a tudo e mal a nada. O que também me fez lembrar o ar triunfante com que uma vizinha com o perímetro abdominal de um embondeiro centenário me disse que comia uns cereais para o pequeno almoço com 8 vitaminas e ferro. Não sei explicar porquê, mas o perímetro abdominal dela continuou igual (mesmo porque ela não especificou quantos pacotes daquilo comia por dia).

Ora eu e o pão temos uma relação de amor-ódio: eu amo-o em quase todas as suas variantes (menos aquelas porcarias de aviário, como Bimbos e Panricos e o carago) e ele odeia-me porque me faz engordar (nem é de o comer: é só de olhar para ele!). O que implica que de vez em quando tenho que cortar radicalmente relações com ele, mas acabo por reatar a nossa relação doentia e muito pouco saudável para o meu lado, caindo-lhe nos braços e pedindo-lhe que me perdoe.

Refira-se que a minha relação com o pão é (como todas as que envolvem outro tipo de pães) de exclusividade e dedicação absoluta: nada se mete no meio de nós! Nem manteiga (que odeio), nem doces, nem marmelada. Quando muito convido queijo para o bacanal, mas a manteiga fica longe. Bem longe!

E as bolachas? Bem, as bolachas surgiram num momento em que eu considerava trair o pão. Substituí-lo por sucedâneos mais controláveis: duas bolachinhas sempre seria um prejuízo menor que um pão! Diz ela...

Flashback ao tempo em que tinha uma colega meia anoréctica (já o tinha sido) e completamente destrambelhada. Ao dar conta que eu estava em meia dieta até os olhos se lhe riram e lixou-me o juízo com quantas calorias tinha cada bolacha de cada raça, e a maçã e o pêssego, e como dormindo mais estava menos tempo a comer (???), por isso engordava menos, mas que por outro lado dormindo menos queimaxa mais calorias e por aí adiante (eu quando morrer vou direitinha para o céu). Tudo bem até que falou do meu adorado pão e como era horrível porque engordava imenso. Tive que a mandar calar: ninguém fala mal do meu amado sem levar troco. Eu sei que a relação é doentia e eu não tenho vantagem nenhuma nela senão um prazer fugaz. Mas cada qual é para o que nasce. (Isto é a parte risível. A parte que não é foi que ela voltou à anorexia uns anos depois e só eu é que parecia dar conta e dar-lhe para trás. Depois isolou-se e nunca mais lhe pus a vista em cima. Mas era maluca à mesma, todos os dias, várias vezes ao dia.)

Sucede que... quem é que come duas bolachinhas? Bolachas são bem pior que pão: enquanto houver uma no pacote (mmm... que boa palavra para um trocadilho) não há gaja que aguente.

O pessoal ainda faz pacotinhos mais pequenos, só com 4 ou 8 bolachas em cada um, mas não adianta. Ou seja, bani de novo as bolachas de casa. Se não sou em condições de as ter, não tenho! É assim tão simples e aplica-se aos chocolates e outras tentações comestíveis e não comestíveis. No trabalho tenho uma moça a quem peço "emprestada" uma bolacha de vez em quando e a quem de vez em quando dou um pacote (não o meu pacote, para as mentes mais porcas) para ela não ter prejuízo.

A parte boa é que sei perfeitamente que não gosto assim tanto de bolachas: é mesmo só o tique nervoso de estar sempre a tirar mais uma e mentir a dizer que é a última. Por isso o prejuízo não é nenhum.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte - continuação

Isto não fui eu que escrevi: vinha num comentário na Bússola e tem verdadeiramente piada (menos o remate, mas adiante). O pior é que é mais ou menos exacto! Aqui tinha mesmo que manter as asneiras por extenso, senão estragava o sentido da coisa.

Só por curiosidade (não que seja relevante): o post até era muito importante e muito interessante. Falava de como um problema é encarado de maneira diferente quando se está no governo ou numa autarquia e tinha como título "António Costa resolve". Sabem quantos comentários tinha acerca do assunto??? ZERO!!!

De O chacal a 25 de Janeiro de 2008 às 17:50

ACHEI PIADA..

Dicionário Alfacinha/Tripeiro Como falam os de Lisboa e os do Porto

Lisboa (L): Não tenho a certeza se vai ser possível fazer isso!
Porto (P): NÃO FAÇO ISSO NEM QUE TU TE FODAS!

L: A sério? É incrível! Diria mesmo impressionante!
P: PUTA QUE O PARIU! AI, PUTA QUE O PARIU!

L: Claro que isso não me preocupa!
P: TOU A CAGAR E A ANDAR!

L: Eu não estava envolvido nesse projecto!
P: MAS QUE CARALHO É QUE EU TENHO A VER COM ESSA MERDA?

L: Interessante, hein?
P: FUODAAAA-SE!!! ESPECTÁCULO!!

L: Será difícil concretizar esta tarefa no tempo estipulado!
P: NÃO VAI DAR PRA FAZER ISSO NEM QUE ME FODA TODO!

L: Precisamos melhorar a comunicação interna desta empresa!
P: PUTA DE MERDA! NÃO HÁ NENHUM CARALHO QUE ME RESPONDA???

L: Desejava que eu ficasse até um pouco mais tarde?!
P: E NO CÚ? NÃO QUERES LEVAR NO CÚ TAMBÉM???

L: Parece-me que o senhor não está familiarizado com o problema!
P: CALA-TE, CARALHO!

L: Então, Desculpe!
P: VAI PÁ PUTA QUE TE PARIU!

Por isso é que as coisas funcionam lá no Porto. É tudo uma questão de vocabulário. Sempre ouvi dizer que alface não puxa carroças.Por que é que temos que levar com estes paneleiros...

Destaco ainda o insulto preferido do Jorge Fiel, com uma das palavras mais deliciosas e muito típicas do Porto: "Badalhoca! Não te lavas por baixo!" (escreveu isto algures num post no Expresso, mas não sei o link)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte

“A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte”

Este é o mote de um blogue, a Bússola, alojado no Sapo que aborda o mundo, o país em geral e o Norte em particular. Gosto de alguns dos bloguistas e de um par de comentadores. A maioria dos comentadores na maioria dos posts, contudo, acha que aquilo é uma espécie de casa de banho pública! O que é uma pena: a parte mais importante deste blogue (além do incomparável génio, bom humor e incontornável beleza da autora) são os leitores e comentadores. Sobretudo a paciência dos mesmos, que não sei como é que ainda me aturam (devo ter mel!).

Claro que não é bem verdade que a bússola aponte só para Norte: uma parte da agulha da bússola aponta para Norte, a outra aponta para Sul. Ora bem!

Desta vez vou fazer um post ao contrário: só de comentários! Sim: segue-se uma troca de “mimos” imaginária entre comentadores imaginários da Bússola. Enjoy!


Eusoudonorte
Excelente post. Educativo, incisivo e mesmo demonstrativo do universalismo da portugalidade por si mesma e pelo elogio ao espírito português. Viva a pátria Lusa! Viva os Descobrimentos e a diáspora portuguesa.

Esdonorteostomates
LUSITÂNIA É SÓ DO MONDEGO PARA CIMA! UNIVERSALISMO O C***! ESSES GAJOS QUEREM F*** MAS É O NORTE, ESSES FILHOS DA P*** DO C*** DA P*** QUE OS PARIU!
VAI MAS É TRABALHAR, SEU MOURO DO C***.

Donortesoueufodasse
Esdonorteostomates, meu anormal! Pedante de merda! A sul de Aveiro já é mourolândia! Andam estes gajos aqui a coçar os tomates e à PRODUTIVIDADE DAS GENTES DO NORTE. SEUS C***S! CHULOS DE MERDA! IDE PARA A VOSSA TERRA: ÁFRICA E DEIXEM-NOS A NOSSA TERRA!

Donortesoueucaralho
Donortesoueufodasse, tu é que és um anormal do c***! A tua mãe é que é de África e o teu pai andava a dar o c*** no INTENDENTE! Algum dia Aveiro é Norte? Paneneiro do c***, andam-te mas é a meter é a bússola pelo c** acima e sem vaselina! E tu gostas!

Eusoudonorte
Meus senhores, se repararem nem o post se discutiu e os senhores estão aqui a denegrir a imagem do Norte e dos nortenhos ao envolverem-se em quezílias que não interessam a ninguém. Além de que somos todos um país uno e indivisível aos olhos de Deus. Como um casamento.

Donortesoueucaralho
Eusoudonorte, deves ter um par de cornos daqui até à lua! A tua mulher anda a comer o vizinho, que tem TOMATES, NÃO É COMO TU, ALFACINHA DO C*****.
MORTE AOS MOUROS!!! FCP CAMPEÃO! PINTO DA COSTA PRESIDENTE!

Sovenhoaquiestorvar
Eu até nem sou regionalista: LISBOA NÃO É REGIÃO! EU SÓ QUERO VER LISBOA A ARDER! IDE TRABALHAR, IDE PRÓ C***!!!

Omeubibibibisavoeraovimaraperes
Se o c*** do Afonso Henriques tem conquistado é a Galiza! Em vez disso foi-me aquele filho da p*** conquistar Lisboa! Mas os Mouros continuam lá! E o SLB, FILHOS DA P***.

Souumbocadocaralhoeira
Ó c*** do eusoudonorte. Vai mas é lamber os tomates à mãe da diáspora! Cabrão de sulista!

Aculpaedosocrates
A culpa disto tudo é do Sócrates e da ASAE, que por não deixarem fumar OPRIMEM O POVO DO NORTE! NÓS É QUE TRABALHAMOS E O C*** QUE F**** OS MOUROS É QUE O MAMAM TODO! VÃO MAMAR A P*** QUE OS PARIU!

Eusoulisboetaecomorgulho
Tenho a dizer que esta gente é do mais reles que há e que nunca mais volto a este blogue. Nunca mais pedem a regionalização para nos vermos livres de vocês? Os portistas são inferiores e está-se bem a ver porquê! É só inveja!

Mortaomouro
Olha, olha, o lisboeta! Fugiste do jardim zoológico? Da aldeia dos macacos? Foste ao c** a algum?

Tugostasedesupositorios
Cá para mim és um mouro infiltrado! REGIONALIZAÇÃO JÁ! P I N

Chupameboi
DEVES SER UM FILHO DA P*** DO C***, ó azeiteiro.

Euqueroumfilhodopintodacosta
Vai tomar os medicamentos. TODOS QUE É A VER SE MORRES, SEU FILHO DA P****!

Onorteequeecultura
QUEM NÃO É DO NORTE QUE VÁ PARA A P*** QUE OS PARIU! CAMBADAS DE CHULOS!

Toufodido
C***, tenho que ir a Lisboa tratar de uma coisa, mas tenho que andar sempre de rabo para a parede... AQUELA GENTE NÃO É DE CONFIANÇA. FILHOS DA P*** OLÉ! O PINTO DA COSTA ENRABA-VOS TODOS OS DIAS!

(E isto podia continuar por aqui adiante!)


... acho que esta gente devia comprar era um GPS! É que a agulha da bússola desles está assim um bocadinho avariada. E o GPS ao menos aponta para todo o lado! Desde que não esteja muito nevoeiro. Uma embalagem de Xanax (por dia) não seria também mal pensado! E sem café!


P. S.1: Dois desafios: nomear o insulto e o nick mais engraçados e arranjar piores ainda. Podem usar todas as palavras que estão e não no dicionário: vamos mesmo tornar isto interessante e do pior nível possível. Não se acanhem!

P.S. 2: Estive para não pôr asteriscos mas sim as palavras por extenso: ia ser libertador. Mas não tenho o hábito de dizer asneiras, por isso não fui capaz. Mas isto não é extensível aos comentadores: ESTEJAM À VONTADE! É mesmo para isto bater no fundo!

As sempre geniais sondagens da Abobrinha

Meus lindos

A sondagem acerca dos temas que preferem ver abordados pelo incomparável génio e destreza verbal das Abobrinha (embora vocês possam achar que eu sou assim um niquinho de nada exagerada, o que não é o caso) está na recta final e renhidíssimo!

Neste momento temos

Fufas 7 (25%)
Badalhoquices, sejam elas quais forem 9 (33%)
Gajos 10 (37%)
Se ela se calasse é que era fina! 7 (25%)
Evolucionismo 4 (14%)
Qualquer coisa, desde que tenha imagens fixes! 8 (29%)

Isto como fruto de 27 almas bondosas que perderam alguns segundos da sua vida a largar 45 votos para contribuir para que eu conclua exactamente o que me der na real gana e não o que a estatística realmente reflecte. Ou seja, estou em condições para optar por uma carreira política!

Para já revelo que me vou virar para coisas de gaja que não fufas, atendendo às tendências de voto, à presença de muitas gajas fartas de fufas (pena que não tenha conseguido converter algumas solteiras: diminuia a concorrência) e com sede de homens vistos pelo olhar delirante da Abobrinha e ainda a um outro facto: apetece-me! Vários posts estão já na minha cabeça, cada um pior que o outro! A magna e candente questão das fufas low cost terá mesmo que esperar.

A tentação de post sobre o Heath Ledger (de quem sempre gostei) é grande, mas não vou ceder a ela (pelo menos não por enquanto, que é enquanto está fresco porque é novidade): publicidade fácil por publicidade fácil eu anuncio o nú integral do outro (que foi um falhanço de comentários, mas acho que os danos para o ego do visado foram mínimos).

Por agora registo ainda o facto espantoso de ontem ter estado num ajuntamento de burros (eu incluída!) que não envolvia a visualização e fruição de arte contemporânea mas uma experiência de Sociologia e que não digo o que era uma reunião de condomínio em que... eu fui a única a manter a calma e a razão! Ora isto viola várias leis da Natureza. Dito isto, aberração é a definição mais exacta daquelas reuniões de condomínio, pelo que (de uma maneira muito peculiar) isto foi inteiramente consistente!).

O Sting até pode ter sido processado pelas abelhas, mas tem umas letras fixes

Atenção que aqui a azelhice não foi minha: não dá para colocar aqui o vídeo. Era este que eu queria aqui colocar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Mais vale manter um burro a pão-de-ló que aturar um camelo de duas patas

Nem todos os burros precisam de abraços e a maioria deles não se apercebe que não tem pés. São burros! Os de Serralves são de dois tipos: os que visitam exposições de arte contemporânea e os que têm quatro patas.

Serralves tem uma fauna e flora muito próprias. No campo de flora tem umas árvores lindíssimas e a propósito das quais ia fazer um post lamechas (mas é melhor não, senão espanto a freguesia: choradeira tem limites!) e uns espelhos. ESPELHOS??? Sim: são umas esculturas giríssimas plantadas numa parte do jardim, de que não mostro fotografias porque... bem, porque fiquei reflectida na fotografia, claro!


Para o fundo do parque de Serralves um certo engenheiro civil inaugurou uns estábulos. Muito se podia gozar à volta de estábulos e este engenheiro civil, mas as críticas sociais que me interessam não são essas. Só digo que o feno que lá estava dentro cheirava tão bem que eu mesma senti vontade de tirar um bocadinho e comer. Aposto que não engorda nada e tem imensa fibra!


Os estábulos eram de uma ovelhas sujas e horrorosas e de outros bichinhos de quatro patas. A ver os de quatro patas dentro de um cercado estavam bichinhos de duas patas, como esta vossa amiga.


Não sei se por sentir algum tipo de afinidade com eles ultimamente (e já há um tempo, no Parque Biológico de Gaia), fui ter com o burro. Ninguém me apresentou formalmente este burro, pelo que vou tomar a liberdade de o tratar por Comunidades (ver o post sobre o burrinho Luís). O Comunidades era feiote, coitadinho. E estava a precisar de um banho! Mas mesmo assim despertou-me instintos de ternura e coloquei a mão perto do focinho dele, à espera que ele me desse um carinho e me deixasse passar a mão pelo focinhito. Apanhei um susto de morte quando ele de repente mandou os lábios à frente e me tentou provar a mão! Chama-lhe burro! Eu sei que sou deliciosa, mas não exageremos!




O Comunidades acabou por me permitir um afago rápido na parte sedosa do focinho sem tentar mais daquelas entradas tipo french kiss (não, não tinha língua envolvida, mas por acaso fiquei curiosa!). E possivelmente teríamos ficado ali à conversa a tarde toda (tínhamos muito que falar, está bom de ver) se um camelo de duas patas não tivesse começado a gritar muito alto "burro! Burro!". O Comunidades deu-se às dores e foi ver o que queria o outro.

O outro queria mostrar como era um burro às duas criancinhas que tinha com ele. Tinha um sotaque lisboeta extremamente acentuado e devia ser (pelos padrões do Mário Lino) da margem sul! Não é que se vira para a filha e diz para ela dar bolachas ao burro? OK, a pequenina deu-te um pedacinho de bolacha. Fiquei um bocado "coisa" de ver um adulto a deseducar uma criança (porque não se deve alimentar assim os animais com comida da nossa) mas não disse nada. Agora quando o camelo aparece com aí umas 8 bolachas Maria eu já não me aguentei: disse-lhe para não dar as bolachas ao burro, que lhe podia fazer mal. Não sei se faria mal, mas não me parece bem alimentar bichos assim. E a bolachas? Por favor! Tanto quanto sei , a expressão "manter um burro a pão-de-ló" é mesmo só uma expressão!

A vida animal é um espanto! Mas tem os mesmos problemas e as mesmas motivações que a vida dos humanos: sexo e luxúria (dinheiro acho que não). Este cidadão bovino, por exemplo, pode até montar várias vacas, mas (a julgar pela armadura) as mulheres também não lhe são fieis! Diria mais: corneiam-no forte e feio! Aquilo deve fazer dores de cabeça, carago! Mas que grandes vacas!



E quando eu pensava que sabia tudo sobre vacas, eis que reconsidero: afinal não são só os cães que conseguem lamber os tomates! Afinal aquele corpanzil todo não é só para ruminar e mandar ervas de estómago para estómago: é para manter um cérebro cheio de pensamentos porcos! Isto aumenta consideravelmente o prestígio dos vegetarianos, digo eu!


E por agora that's all folks! Obrigada por me aturarem. Vou ver se recupero a estaleca em breve.

Jorge Fiel como nunca o viu...

... e nunca há-de ver!

Tenho uma confissão a fazer: vendi-me ao politicamente correcto! O título era para ser "Jorge Fiel em nú integral" ou "Jorge Fiel em nú integral e ao espelho" ou "como o Jorge Fiel colocou uma fotografia em nú integral no currículo dele". Mas não: contentei-me com "Jorge Fiel como nunca o viu... ". Que desperdício de bons títulos!

Pior que isso, vou explicar que a fotografia é dele em bebé! Pronto: mais inocente que isto não pode ser. É aqui.

P.S. Isso não impede que não venha aqui ter gente de muito má índole, que procure por coisas como "nú integral" e "Jorge Fiel". Acreditem ou não, há um número muito jeitosinho de pessoal a fazer esse tipo de pesquisa! Um dia deste faço um post acerca disso.

Uma série de coisas que não interessam ao menino Jesus nem à vaquinha do presépio, mas servem para chutar para canto

Meus lindos

Aqui a Abobrinha está mais tipo cebola: quando se tira a casca faz chorar. Acho que mais abraços não adiantam (mas sabem bem). O que é preciso é tempo. Não sei quanto, mas.... bom, não interessa. Como ainda não estou em condições de ligar o badalhocómetro, deixo-vos com trivialidades que não interessam ao menino Jesus nem à vaquinha do presépio mas que servem para rir um bocadinho.

1. Os meus vizinhos têm muita confiança na minha capacidade de fazer manobras. Só assim se justifica que com um monte de garagens (boa parte delas desocupadas) deixem o carro em frente à minha, forçando-me a provar que nenhum homem me enganou com a treta dos 20 cm;

2. Tenho um kiwi dentro do carro há cerca de um mês. Por nenhum motivo especial;

3. A minha roupa não seca. Pode esse facto estar eventualmente relacionado com estar "estacionada" DENTRO da máquina de lavar há 2 dias, mas eu estou inclinada para acreditar que é uma cabala qualquer contra mim;

4. Óculos de sol disfarçam muita coisa, mas dão um bocado de mau aspecto quando usados no contexto errado;

5. Não jantar, mesmo que seja por esquecimento, dá fome;

6. Não sei porquê, os kiwis que tenho em casa (ao mesmo tempo que o irmãozinho gémeo que habita o meu carro) não amadurecem;

7. Os cartuchos de café da Nespresso têm uns nomes um bocado apaneirados;

8. O gasóleo está caro, não sei se se deram conta. Isso pode ter como consequência gastar-se mais dinheiro em tudo, incluindo andar de carro para as pequenas coisas do dia-a-dia e viagens de lazer;

9. Não passar a ferro tem como consequência ter a roupa engelhada. Esperar que ela se passe sozinha não parece ter qualquer efeito nesse engelhamento a não ser ter que se acordar mais cedo e passar a peça que se quer se ela estiver no monte. Claro que sair de casa com a roupa engelhada não é opção;

10. O lixo não se leva sozinho à rua. É estranho: ao fim de um tempo seria de supor que já se tivesse habituado;

11. Há, no geral, uma série de coisas que é preciso a pessoa se mexer para que aparentemente apareçam feitas. Lá está: aparentemente, porque fazê-las pode ser rotina mas não é milagre! Estas coisas fazem uma gaja perder a fé;

12. Há coisas em que é melhor não se mexer. Afastar-te, calar-se e estar quietinha. Pela lei de Murphy, a pessoa só se apercebe disso quando é tarde demais;

13. Um rolo de papel higiénico por dia para limpar os olhos de lágrimas parece um pouco excessivo. Mas eu sou excessiva, não sei se já deram conta;

14. Chorar, em excesso ou não, não parece ser solução para a maioria dos males. Fica o mistério: porque é que se opta por uma solução com um dispêndio de energia tão grande quando comprovadamente não adianta nada?

15. Às vezes apetece afastarmo-nos de tudo e todos. O que é possivelmente uma péssima ideia porque o motivo para isso são pensamentos que só falam alto quando têm espaço para tal. Mas o mundo está cheio de péssimas ideias.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

I need a hug!

Hoje sinto-me como este gajo quando descobriu que não tinha pés: I need a hug!

Sinto outras coisas em comum com ele, mas a boa disposição não é uma delas. E já nem tenho a desculpa da falta de luz (está um dia lindo!). Acho que de vez em quando tenho que ser um bocado mais... burra! Às vezes faz bem! Vou fazer o possível por não entrar de cabeça no lamechómetro, mas de qualquer modo estão avisados.

Decadentemente saudável - visão da Clara Ferreira Alves

Gosto bastante da Clara Ferreira Alves, mas os textos não me costumam "bater". Ontem foi uma excepção. Possivelmente porque não tenho a idade (no sentido de experiência) dela nem a mesma vivência. O que é natural e mesmo saudável: a cada geração o que é seu, sem "no meu tempo é que era bom" ao ponto de se entrar no saudosismo cego (de preferência sem entrar nele de todo). Deste modo uma geração pode aprender com a outra em vez de se achar o centro do Universo. E estes tempos são extraordinários no sentido em que o saber passa de mais velhos para mais novos... e vice-versa. A minha vida não seria a mesma sem saber o que significa chamar a alguém "tecla 3", por exemplo!

Desta vez a Clara Ferreira Alves escreve algo que eu queria partilhar com todos. Eu que sou um pouco maníaca das coisas saudáveis, porque não quero deixar um belo cadáver para trás mas viver uma vida rica e longa, com decadências escolhidas criteriosamente e que me enriqueçam em vez de me matar. Leiam o texto todo aqui, mas destaco a parte que verdadeiramente "bate". Lembrem-se disso antes de morrerem cedo demais para a morte dos humanos e tarde demais para a morte dos deuses:

"Os primeiros amigos começaram a morrer, cedo demais para a morte dos humanos e tarde demais para a morte dos deuses. Com doenças assustadoras, sida, cancro, enfarte, AVC. É aí que começa a mania da saúde, no medo da doença. E da morte em hospital. A partir de certa idade, a única decadência é essa, e não a gloriosa decadência da juventude. Um bêbado aos 50 não tem graça. Uma cirrose ainda menos. Dois maços também não. "

Outra coisa que eu acrescentaria seria o civismo na estrada, que mata sem critério... e muito! Muito mesmo! Até parece que estamos em guerra! Em guerra connosco mesmos! Parece que não gostamos de nós mesmos e dos nossos semelhantes o suficiente para nos tratarmos bem. Será o nosso problema tão só falta de amor?

Só uma coisa: odeio salmão! Só o tolero fumado ou em sushi, mas neste momento nem é relevante porque sou vegetariana. Tofu é bestial e algumas algas são excelentes. Ou seja, mesmo dentro do saudável não é tudo igual ao litro! E há espaço para toda a gente.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Fui ao Museu de Serralves e não vi o auto-rádio do mini do Jorge Fiel

Pois hoje fui passear a Serralves. Ficam a saber se entrarem ao domingo até às 14:00 não pagam. Ora eu já não pagava por natureza porque sou amiga de Serralves, mas uma borla sabe bem a qualquer um (mesmo que seja em vão). Mas esta entrada valerá um par de posts mais. Com um bocadinho de sorte, alguns não darão vontade de dormir.

Vi duas exposições (do Robert Raushenberg e da Lúcia Nogueira) em 13:42:02 minutos (1). E isto porque o Museu é grande de carago, porque um olhar rápido chegava para cada peça (ou para a exposição toda!). Ir sozinha encurtou grandemente a visita porque eu tenho sempre receio que o facto de me rir desbragadamente, fazer caretas e dizer mal da arte sejam passaportes para uma estadia 5 estrelas no Magalhães Lemos (para quem mora a sul do Mondego e seja freguês desta choça, é o hospital psiquiátrico do Porto). Não é por mais nada: é porque há mais malucos que eu, por isso estou a manter aquilo o mais desimpedido possível.

Contrariamente ao que profetizou o preclaro Com Tranquilidade (2) (passageiro frequente deste estabelecimento, embora há muito que não comente aqui), o auto-rádio do Mini do Jorge Fiel, que tem a minha idade (o Mini, não o Jorge Fiel) não estava lá! Não significa que não vá lá parar: deve estar a esta hora a ser colado com cartões, panos de seda enormes, cordas, imerso em banheiras e com almofadas a fazerem coisas sinistras a portas.

Parte da causa para a visita ser tão curta também se deve ao irritante ruído de saltos de botas femininas a martelar no soalho do Museu. Que os saltos e as botas fossem ambos meus não é um pormenor sem importância: pelo contrário, ainda irritava mais (se isso é possível), porque eu posso dissociar-me dos meus pensamentos ou do que me rodeia, mas dos meus pés só com um castigo à Taliban. E algo me diz que uma prótese para os pés era capaz de fazer mais barulho que os saltos dos sapatos. E ser qualquer coisinha mais incómoda.

O objectivo da visita a Serralves também não era a exposição: cartão usado, vidro partido e lixo tenho eu em casa de sobra. E não lhe chamo arte mas azelhice, falta de tempo e pachorra para arrumar, um potencial uso ou matéria-prima para reciclagem. O verdadeiro objectivo da visita, programada já na sexta-feira à noite era rumar a um dos meus sítios preferidos no mundo para recuperar de uma semana tão escura e de uma melancolia que ameaçava instalar-se. Não sabia eu que o S. Pedro ia brindar-me com um fim de semana com um tempo tão glorioso: céu azul e montes de luz! Um dia digno de Lisboa! A melancolia permaneceu, mas eu sei exactamente a que se deve e não é para aqui chamado.

Fui munida da revista do Expresso desta semana . Na Actual tem um artigo sobre a Simone de Beauvoir, mas não menciona o rabo da Simone de Beauvoir do mesmo modo que este estabelecimento. O que só demonstra que o Expresso tem padrões de qualidade e este estaminé não! Ou seja, nada que já não soubéssemos.

Curiosamente, numa das "curtas" dizia que a Sharon Stone queria experimentar mulheres porque os homens agem como mulheres e as mulheres como homens, pelo que ela queria experimentar masculinidade a sério. Fiquei na dúvida: mando o meu currículo ou não? Ora opinem (e javardem!)!

Um outro artigo mais interessante dava conta de cafés de Lisboa tipo tertúlia com muito bom aspecto. Deu-me vontade de rumar para esses lados. Para quem já aí está, fica a lista:

- Noobai Café (Miradouro de Santa Catarina), aberto das 12 às 24 h

- Associação Loucos e Sonhadores (Rua Luísa Todi, ao Bairro Alto), aberto das 22 às 04 h

- Café Royale (Largo Rafael Bordalo Pinheiro, ao Chiado), aberto das 10 às 24 h

- Les Mauvais Garçons (Travessa dos Fiéis de Deus, ao Bairro Alto), aberto das 19 às 02 h

- Pois, Café (Rua São João da Praça, à Sé), aberto das 11 às 20 h

Se puderem aproveitem e guardem-me um lugarzinho. Eu quando puder dou aí uma volta. Mas aqui também se está bem e tem muito que ver (com mais ou menos luz).

Numa ironia suprema, outro artigo na revista era sobre a Joana Vasconcelos. Eu, cuja dúvida maior em relação a arte contemporãnea reside na quantidade de decibeis a emitir ao rir-me da maioria das peças, sou maluca pela maluca da Joana Vasconcelos. Ao ponto de conseguir identificar peças dela antes de ler de quem são. Acho-a o máximo e não sei dizer porquê. É possivel que simplesmente sentir que gosto sem ter que estar a questionar e problematizar é o melhor elogio que posso fazer à obra da moça.

Deixo-vos esta parte da minha visita a Serralves com uma das vistas mais extraordinárias. Não pela beleza em si, mas pela ideia de que há um pulmão e um espaço de ruralidade no centro da cidade: neste ponto vê-se o campo e ouve-se o chilrear dos passarinhos e ao mesmo tempo vê-se a cidade e ouve-se vagamente o ruído dos carros que a caracterizam. Como este sítio é quase no fundo do parque, já se passou por muito jardim e muita mata, o que dá a ilusão de que poderíamos continuar para sempre em contacto com a natureza. Mas não é verdade: a cidade está mesmo ali ao pé, mais perto do que na realidade parecia, o que também é uma metáfora extraordinária para muita coisa na vida (ou não, mas apeteu-me ser filosófica).

Como disse, esta visita ainda vai inspirar pelo menos mais dois posts. Um será lamechas e o outro javardo. Mas isso será quando me der na telha! Não antes e não depois.
Fiquem bem.



(1) O tempo poderá ser uma invenção minha, mas não está muito longe da realidade

(2) Comentário de 20 de Janeiro de 2008 às 02:02

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O Jorge Fiel até pode ser má língua, mas é uma moca!

NOTA PRÉVIA: Por haver quem não seja capaz de distinguir uma piada nem que ela venha coberta de post-its de várias cores a dizer "isto é uma piada" e guizinhos a assinalar a sua presença, como os leprosos, deixo aqui o esclarecimento que a piada de o Jorge Fiel ser má língua se deve só à fotografia que deixei há 2 posts e que roubei do blogue Bússola. E mai'nada! Não tenho conhecimento do Jorge Fiel mais do que pelo que ele escreve. E aí não é má língua, muito pelo contrário.

20-1-2008

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Só por inveja vou copiar o post dele na bússola sobre Serralves. É mais que genial! Até tenho medo de ir a Serralves (faz tempo que lá não entro) por ter receio de não conseguir acompanhar a javardice do Jorge Fiel.


Mas lá que posso tentar, posso! Mesmo porque naqueles jardins magníficos, naquele museu, naquela Casa de Serralves (na foto acima, mas estranhamente a foto não lhe faz justiça, apesar de estar muito boa) e na casa de chá do Siza Vieira a falta de luz característica desta altura poderá parecer menos grave! Para quem não pode e está algures em países escuros, sugiro ao menos a visita ao site. Piquem em cima à direita nas ligações casa, museu e por aí adiante para não apanharem um ataque de enfado com as exposições: mas que seca! Arte contemporânea o tantas: a gente quer é ver coisas palpáveis, não almofadas a fazer coisas sinistras a portas no meio do chão!


Suponho que o Jorge Fiel seja a pessoa errada para me meter uma cunha em Serralves para a minha exposição à volta do dente podre! Não por ser má língua, mas por ser pelo menos tão javardo como eu (e possivelmente porque o pessoal em Serralves não funciona por cunhas, mas isso é só um palpite)! Mas é pena porque ia ser genial e didáctico! Aqui vai disto:

"Como Rauschenberg me levou a pensar que a rota de Serralves está a precisar de uma pequena correcção


A exposição «Em viagem 70-76» de Robert Rauschenberg, que está no Museu de Serralves até ao início da Primavera, é importante para perceber o caminho percorrido pelas vanguardas artísticas, desde o «ready made» de Duchamp.

A vida é feita de convenções, de datas erigidas em marcos de mudança.

O derrube do muro de Berlim, em 1989, foi eleito como o acontecimento que marca o fim do sonho (e consequentes pesadelos) da Revolução Russa de 1917.

O assassinato do arquiduque Francisco Fernando, em Sarajevo, é aceite como a causa próxima da II Guerra Mundial.

Para facilitar as coisas, vamos assumir que o urinol industrial que Marcel Duchamp autografou e transformou em obra de arte é acto fundador do triunfo da arte «ready made», popularizado pelas caixas Brillo e as latas de sopa de tomate Campbell de Andy Warhol.

A exposição de Rauschenberg, em Serralves, mostra-nos os passos seguintes da viagem da arte que libertou o objecto encontrado de Duchamp.

Corda, cordel, pedras, pneus, caixas, tecidos, bicicletas, areia, tinta fluorescente, garrafões de vida, baldes metálicos e varapaus são a matéria prima dos 65 trabalhos expostos que transformam as belas salas de Serralves em praias juncadas pelos despojos de um naufrágio trazidos pelas marés.

Com a sua competência e conhecimento, João Fernandes, director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, explica-nos que «a obra de Rauschenberg adquiriu uma importância fundamental na desconstrução do ensimesmamento e da autonomia com que o expressionismo abstracto do pós guerra tinham isolado a arte e a vida».

De tudo isto se conclui que vale a pena ir a Serralves para se ser surpreendido por Rauschenberg, mas que, na minha opinião, não se deve elevar muito a fasquia das expectativas.

José Manuel dos Santos (JMS), no Expresso, conclui a sua recensão critica da «Em Viagem 70-76» com uma frase sonora, muito bonita e extremamente bem acabada: «Afinal, que é o Mundo senão a imagem desfigurada (e disforme) de si mesmo? É isto que esta exposição nos diz na sua violenta sinceridade».

Quem sou eu para contrariar JMS ? Não estou em condições de negar que o Mundo seja afinal uma imagem disfugurada e disforme de si próprio. E longe de mim contestar «a violenta sinceridade» da exposição.

Apenas tenha a confessar, que por minha única e exclusiva responsabilidade da minha fraca utensilagem intelectual, a exposição não me disse a mim o mesmo que disse a JMS.

Lamento isso. E lamento também que não tenha visto nos 65 trabalhos de Rauschenberg, naquelas cordas, cordéis, pedras, pneus, caixas, tecidos, bicicletas, areias, tinta fluorescente, baldes metálicos, garrafões de vidro e varapaus, «a exactidão do olhar que se materializa, a pureza do gesto que cai, a certeza da ideia que morre, o ímpeto do avanço que recua, a simultaneidade do instante e da sua fuga». (1)

A exposição de Rauschenberg é importante para percebermos o percurso das vanguardas artísticas, o que não quer dizer que gostemos do caminho que elas estão a trilhar. Não é uma exposição fácil, sexy ou atractiva aos olhos do grande público.

Chegado a este ponto, confesso que estou a usar Rauschenberg para expressar o meu sentimento de que a linha geral da programação de Serralves talvez precise de uma pequena correcção na sua rota.

Serralves disputa taco a taco com os Coches o titulo de mais visitado dos museus portugueses, mas é, sem sombra de dúvida, o museu mais visitados por portugueses.

São portugueses cerca de 95% dos visitantes que no ano passado demandaram Serralves, enquanto que são estrangeiras mais de 40% das pessoas que vão ao Museu dos Coches.

Serralves é não só um dos principais imãs de atracção de turismo interno à nossa cidade, como ainda é a par do FC Porto, da Casa da Música e do Vinho do Porto, uma das principais e vigorosas componentes do carácter da marca Porto.

Tem, por isso, uma enorme responsabilidade.

A oferta de museus do Porto assenta em dois pilares (Serralves e Soares dos Reis) complementados por uma gama razoavelmente variada de pequenas instituições, como o Museu Romântico.

O Soares dos Reis tem uma colecção interessante, onde convivem pintura naturalista, ourivesaria e escultura, mas que temporalmente fica às portas do século XX.

Serralves foi baptizado Museu de Arte Contemporânea, uma razão social que é muito traiçoeira.

Eu comprei o LP dos Velvet Underground com a capa da banana desenhado por Andy Warhol e sou contemporâneo de Picasso, Vieira da Silva e Magritte. O meu filho João não é contemporâneo de nenhum destes quatro artistas. Os meus tios são contemporâneos do Amadeu e eu não.

Apesar do âmbito cronológico da palavra contemporânea ser móvel, parece-me claro que Serralves o deve interpretar num sentido largo, deixando flutuar até ao pós II Guerra Mundial. Mesmo assim deixa a oferta museológica do Porto com o flanco desguarnecido no rico período da primeira metade do século passado.

Uma vista de olhos pelo «top five» das mais exposições mais vistas no nosso país, permite uma outra reflexão.

1. Paula Rego, 157 mil visitantes, Serralves 2004

2. In the Rough, Imagens da Natureza através dos Tempos na Colecção Boijmans 130 mil visitantes, Serralves 2001

3. Francis Bacon, 101 mil visitantes, Serralves , 2003

4. Amadeo, 100 mil visitantes, Gulbenkian, 2006

5. Andy Warhol, 75 mil, Serralves 2000

Vai para quatro anos que Serralves não alberga uma exposição campeã de bilheteira. Ora a capacidade de atracção turística do Porto precisa dessas exposições «mainstream». Talvez por isso, a linha geral da programação de Serralves careça de uma pequena correcção de rota.

Devemos estar satisfeitos com os 350 mil visitantes que Serralves atraiu em 2007. Mas não podemos perder de vista os 250 mil visitantes que a colecção Berardo recebeu no segundo semestre do ano passado.

A oferta de Serralves tem de combinar Rauschenberg com pelo menos uma exposição anual de grande público.


Jorge Fiel

http://www.lavandaria.blogs.sapo.pt/


………………………………….

(1) Não sei porquê, mas quando li este parágrafo da magnifica crónica de JMS fui assaltado pela seguinte interrogação: será disparatado submeter os críticos de arte a um controlo anti-doping?"

Só uma nota em relação ao controlo anti-doping dos críticos de arte, o João Fernandes fuma como se não houvesse amanhã. Não sei se faz diferença, mas lá que não deve fazer bem não deve!
E não creio que o Jorge Fiel esteja pouco equipado para compreender a arte contemporânea. O que eu creio é que parte (grande parte!) desta é uma valente bosta!

Nota mental: sua estúpida, ainda não entraste no Museu Soares dos Reis nem no Museu Romântico! Estás à espera exactamente de quê? (Não liguem, eu trato-me muito mal)

O café como terapia para a falta de luz (mas mesmo assim preciso de mais doping) - parte 2

Meus lindos
Os leitores da Abobrinha são de proveniências muito diversas (o que prova que há gente que não tem melhor que fazer em muito lado), mas uma grande fatia da clientela "abobral" mora a sul do Mondego. Há quem lhes chame Mouros, mas eu chamo-lhes fregueses. Além de que tenho nomes melhores em carteira.

Os clientes mais a sul nem sempre têm a noção da falta de luz que nos afecta a moleirinha por estas alturas. Para falar verdade, eu mesma faço um esforço para me esquecer durante o resto do ano. É que é MESMO duro!

Mas só para saberem, estas imagens foram tiradas de onde trabalho hoje às 08:30 da madrugada... ... e o pior é que eu nem sequer consigo dizer que a iluminação está má: a luz era mesmo esta! Pior ainda: se repararem, alguém pintou de facto o céu de azul em alguns pontos, para ser original. É que ontem era tudo cinzento mesmo!

Para dar uma de artistóide, chamo a esta coisa "cinzento mix - o céu às 08:30 da madrugada". Se me apetecer, logo à noite acrescento-lhe texto.

Grande revelação da Abobrinha: O Jorge (que não o Fiel) é má língua!

O Jorge (que não o Fiel) é má língua. Isto é um facto por vários motivos: não domina a língua portuguesa e lança falsos testemunhos. Quanto ao resto, estou em crer que também o será e passo a explicar (sim: lá vem seca!).

Entrou neste blogue de chancas no dia 15 de Janeiro às 20:41 a constatar o óbvio: não se aprende aqui nada! Quanto ao pedantismo da autora, está confundido: é peidantismo, mas é do blogue e é só uma tendência recente: os últimos posts têm sido algo para o escatológico. Na volta foi o cheiro que orientou o preclaro até aqui. Semelhante atrai semelhante, ouvi dizer!
Na volta o preclaro Jorge (que não o Fiel) não sabe o que quer dizer "pedante". Diz o dicionário online da Priberam que:

pedante

do It. pedante adj. e s. 2 gén.,
pretensioso;

afectado;
impostor;
que ou aquele que faz ostentação de conhecimentos superiores aos que possui.

Não estou a ver onde aqui a Abobrinha caiba na definição. Mas às vezes o que sai da boca não é o que nos vai na alma. E aqui o preclaro Jorge (que não é o Fiel, mas o da má língua) quer mesmo é atenção.

Ora eu tenho um lado compreensivo e maternal (e um outro que é mau como as cobras e que atira a matar). E se era atenção que queria, é atenção que tem! Não sei se era esta que queria!

Diz o Jorge (que não o Fiel, mas o da má língua, mas não a má língua em que participava o Manuel Serrão): "Minha querida,...muito obrigado pela atenção desejada! tempo de antena não é fácil de arranjar! Continuo no entanto a achar que é uma pretenciosa do pior! É daquelas menininhas com a mania que é a mais esperta da turma. De qualquer modo, seja feliz com as bananas, que nunca lhe faltem!!!!"

E aqui se prova mais uma vez a má língua (não a da Júlia Pinheiro, há séculos na SIC). Ora "muito obrigado pela atenção desejada" não faz sentido: não tem nada que agradecer, porque quem a desejou vou você, Jorge (que não o Fiel, mas o da má língua, mas não a má língua em que participava o Manuel Serrão, que agora participa na Praça da Alegria).

Não sei o que é uma "pretenciosa do pior". Será o modelo superior ou inferior ao "pretenciosa do melhor"? Ou será o mesmo que pretensiosa, aquela que tem pretensões, presunções ou vaidade (obrigada Joaquim!). Lá está: má língua (não a da Júlia Pinheiro, há séculos na SIC, antes de ter lamentavelmente passado para a TVI)! Antes de ser insultar alguém, tem que se ver se o nome está no dicionário. E só se não estiver é que se tem liberdade para escrever mal!

Uma pretenciosa pode ser um compósito de "pretend" e "cio" (vénia ao preclaro Joaquim). Ao entrar pelas línguas estrangeiras o Jorge (que não o Fiel, mas o da má língua, mas não a má língua em que participava o Manuel Serrão, que agora participa na Praça da Alegria e está mais magro que há uns anos) tenta impressionar (ou imprecionar = impress + cio) com um neologismo. Chamar a atenção, no fundo. Digo eu (mas o que é que uma preten-cio-sa percebe do assunto) que para chamar a atenção de uma gaja, não é insultando-a! Ou por outra, é, mas isso só no liceu!

Mas o Jorge (que não o Fiel, mas o da má língua, mas não a má língua em que participava o Manuel Serrão, que agora participa na Praça da Alegria e está mais magro que há uns anos, mas mantém aquele riso contagiante) revela tudo ao dizer "É daquelas menininhas com a mania que é a mais esperta da turma"... tadinho! Além de andar no liceu (que é um mal que eu não desejo a ninguém), ainda tem o azar de ser rejeitado pelas gajas! Sobretudo as espertas! Vai daí, agarra-se à internet e toca de desancar nas gajas!

O desespero do Jorge (que não o Fiel, mas o da má língua, mas não a má língua em que participava o Manuel Serrão, que agora participa na Praça da Alegria e está mais magro que há uns anos, mas mantém aquele riso contagiante, o que junto com a nova elegância lhe há-de garantir anos e anos de vida) é nítido quando diz: "A queca é sempre boa,...com mamas grandes ou pequenas, cus grandes ou pequenos,....a pica é que tem que ser grande como a minha!" ... confirma-se: está com o cio! Patologicamente! Gajo que é gajo é selectivo ou finge-se (claro que nessa altura eu pego com a selectividade com outros argumentos): não diz que come qualquer coisa, desde que venha à rede!

Ou seja, o tipo (fónix, estou farta destes lençóis de texto) quer ir para a cama à viva força! Ora vejam: "Eu sou Troll e quero dar-te uma Trolitada....!!!! ou será uma penachada ???". O que é uma penachada? A sério que não sei! É que, parecendo que não, eu sou um bocado inocente às vezes. Meu caro... a solução são bananas! 40 000 bananas empiladas em lugares públicos! Digo, empilhadas em lugares públicos!! Ou aplicadas topicamente... sem tirar a casca!

Mas tente tratar dessa má língua (não a da Júlia Pinheiro, há séculos na SIC, antes de ter lamentavelmente passado para a TVI para apresentar coisas lamentáveis como a quinta das nulidades). Fique por aqui, pode ser que aprenda alguma coisa! O que não é o objectivo, porque aqui não se aprende nada!

Grande revelação da Abobrinha: o Jorge Fiel é má língua

E não, isto não tem nada que ver com o post das mamas. Tem que ver com eu ser uma alarmista de todo o tamanho (não há como um bom título, mas nesse aspecto ainda tenho que comer muita broa para chegar ao nível do Guru), mas sim com uma fotografia no blogue A bússola, neste post.
Perante a fotografia, adivinhem qual é o Jorge Fiel!!!!! Já sem o lamentável bigode e em grande forma de andar a encher-se de boa vida! Faz muito bem: não é para quem quer, mas para quem pode!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Abobrinha, a grande divulgadora científica

Um outro professor meu dizia que uma mentira, quando repetida vezes suficientes e com um ar convincente transforma-se rapidamente numa verdade incontestável. Não dá para fazer uma piada foleira com vaselina e areia com esta máxima, mas dá para alertar quem ler os meus textos com meio neurónio ligado (normalmente eles entram em regime de serviços mínimos) que eu sou uma fraude como divulgadora científica, embora tente repetir que o sou.

Agora o Luís Azevedo Rodrigues é uma história completamente diferente: apanhou-me distraída e PIMBA, toca de postar assim umas 5 ou 6 rapidinhas de divulgação científica. Como sou superficial, gostei do cartoon das baratas a visitar o museu de história natural e de saber que os escorpiões são insectos (mmm... mais ou menos!). Isto só se consegue com grande sabedura!

Já agora, não sei se ele aceita "discos pedidos", mas se aceitar queria um post sobre a vida sexual dos polvos e lulas. Como é óbvio, é para depois eu javardar! Mas sei que são bichos inteligentíssimos e que procuram o contacto com os olhos dos homens (vi algures num programa de televisão). À procura de inteligência? Bem, eu ia javardar esta, para dizer que na maioria não encontraria nada, mas de facto é extraordinário que um bicho morfologicamente tão diferente de nós procure o nosso "espelho da alma".

De qualquer modo, o Público ainda vai sendo um grande jornal e decidiu (e fez bem) tornar o Ciência ao Natural um dos blogues convidados. Só por causa disso, amanhã compro o jornal (não digam a ninguém, mas eu ia comprá-lo na mesma).

Quanto maiores forem as mamas pior é a queca?

Não faço ideia nem me considero em condições para opinar. Mas podem ir ao estabelecimento do Jorge Fiel mandar um bitaite por outro! Está mal ilustrado, mas a prosa compensa. Se bem que ainda está uns furos abaixo do que é capaz (dito isto eu também: é falta de sol)!

O homem anda desanimado com a falta de comentários e é mimado (filho único, é o que dá), por isso é uma boa oportunidade de fazerem uma boa acção!

O café como terapia para a falta de luz (mas mesmo assim preciso de mais doping) - parte 1

Meus lindos

Se restassem dúvidas que as crianças nascidas nos anos 70 tiveram um tipo de educação televisiva e de moda muito prejudicial ao seu desenvolvimento mental, aqui está mais uma acha para a fogueira. Em termos de música, tá-se bem, mas aquele penteado e aqueles estilos de vestir... lamentável, perfeitamente lamentável.



Isto a propósito da letra:

Ai eu já pensei
Mandar pintar o céu em tons de azul
Pra ser original
Só depois notei
Que azul já ele é houve alguém
Que teve ideia igual


Na altura pensei que os Rádio Macau andariam a fumar algo estranho quando compuseram esta letra. Hoje tenho a certeza absoluta. Ou isso ou escreveram esta letra no Verão: é que o céu aqui está cinzento! Um só tom!

Por isso se justifica que eu ande a precisar de tanta cafeína: para me manter acordada. Prozac também é fixe, mas não há necessidade! E é mais caro e tem mais efeitos secundários. Mesmo porque a cafeína é muito diurética e excelente no combate à celulite e outras maleitas. Não sei quais, mas deve haver uma catrefada delas. Qualquer uma delas é boa desculpa para eu beber café, porque adoro! Um dia destes escrevo qualquer disparate a esse respeito, mesmo porque inaugurei uma saga, não sei se estão a ver.

Por falar em disparates, ainda não respondi ao meu troll novo. Possivelmente hoje à noite, agora que o Joaquim me deu um pretexto GENIAL para lhe pegar. E porque me apetece atirar umas pedras. Mas desta vez vai ser para ter piada, não vai ser só à base de mau feitio (mesmo porque o troll não parece ser quem eu pensei).

Isto não quer dizer que os meus queridos leitores devam abrandar na minha defesa! Eu sou como o Jorge Fiel (mas um pedaço mais bonita): adoro bajulação e não acho nunca que seja excessiva!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Bananas, baratas e carraças - parte 2

Meus lindos

O Natal e a parolice a ele associado (e o mau humor que este causa em abóboras com défice de luz) fizeram com que lamentavelmente se perdesse o fio à meada desta saga de posts. Eu gosto de sagas porque me permitem javardar o mesmo assunto sem ter que puxar pela imaginação. Pensar custa! E o lucro que retiro deste estabelecimento não sei se justifica.

Ora em tempo idos escrevi estes delírios. Entretanto descobri que as carraças se podem parecer muitíssimo com o Pavilhão Atlântico, desde que estejam a trepar pelas minhas calças acima. Nessa altura também não consigo bem distinguir carraças de baratas, pelo que qualquer coisa com muitas patas assumia esse tipo de proporções.

E estamos conversados de baratas e carraças. Vamos às bananas, que é o que interessa.

Isto, meus caros, é a prova de que nem tudo o que se relaciona com a banana é fálico, tem conotação sexual ou mesmo é interessante. Prova ainda que não era seriamente expectável que quem teve a sua infância nos anos 70 e início dos 80 fosse minimanente apertado da moleirinha. E como proibir os YouTube não é necessariamente uma deriva fascizante e/ou fascizóide: pode ser simplesmente uma medida de higiene pública! Abram a ligação por vossa conta e risco. E podem amaldiçoar quem me ensinou a colocar vídeos nos posts.







Para me redimir, isto são bananas fufas. Não sei porquê, mas se perderem tempo a imaginar algo que as relacione com fufas pode ser que apaguem da cabeça a ligação do José Cid com as bananas.
Como arte é tudo e tudo é arte, um monte de bananas também é arte se alguém decidir que assim é. E como eu sou uma divulgadora de arte, não podia deixar de escapar este... esta... o... coiso... ... isto é uma instalação ou uma performance? Quer dizer, podemos dizer que estas bananas se estão a "bananar" umas às outras à fartazana! Ou seja, isto é um bacanal (ou um bananal!)! Não mostrem isto às vossas crianças!

E depois "40 000 bananas piled up in public places"... isto é exibicionismo! Claro que se pode ir muito longe com o verbo "piled". Sobretudo quando está "up"! Que é como o "piled" está bem! Oiéeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Esperamos pelas "60 000 bananas piled up in public places"... isso sim vai ser uma moca!

Dito isto, as bananas "piled up" são obra de uma criatura de nome cristão Doug Fishbone. Ter uma espinha de peixe a fazer arte não augura nada de bom em primeiro lugar. Mas "what's in a name?"... bem, neste caso... o peixe come carne. Ou por outra, antes comesse! Faria com que não brincasse com a comida e sobretudo não fizesse um auto-retrato com carne de Kebab! Sim, é isto mesmo. Ou uma "instalação" (ou performance) onde um jovem árabe americano está sentado com ar inexpressivo. Digo eu que era falta de bananas (ou o pagamento seria insuficiente).




Se alguém tiver dúvidas que isto é arte, leiam isto: "I made a classical self-portrait out of gyro meat, rotating on a cooking machine in the middle of the gallery, which touched upon issues of death and decay, artistic vanity and notions of tradition and scandal in today’s gimmick-oriented art climate. " Com uma explicação tão fatela e tão rebuscada, quase caiu fora da classificação de arte (ou seja, fico quase nas bordas), mas recuperou o estatuto com o inverosímil da coisa. Mesmo assim acho que não é suficientemente conceptual. Ou seja, fraquinho!

O Andy Warhol também se dedicou às bananas, mas nós sabemos todos o que é que ele queria! Ganhar dinheiro à custa de pacóvios, o que é que vocês estavam a pensar?
Para death e decay, temos um dente podre! Que é arte! Se eu disser que é arte (eu tenho que arranjar uma cunha em Serralves!). O dente podre ainda nos remete para o mau hálito e a podridão humana não acompanhada de morte mas de uma inalienável degradação física e moral. A única morte de indivíduos envolvida com um dente podre é da hipótese de alguma macaca lhe comer a banana!

Voltando às bananas e a comer a banana (de preferência de alguém sem instalações ou performances de dentes podres), não podemos usar bananas assim a torto e a direito. Esta cidadã parece empunhar uma banana como uma arma. Dito isto, com uma farpela tão ridícula, eu também deitaria a mão ao que pudesse usar como arma: para me defender agressivamente dos risos descontrolados que tal figura causasse!


Uma banana não pode ser trincada assim sem mais demoras. Tem que ser saboreada! Tem que se lhe sentir o gosto. Aos poucos, com a ponta da língua de início. Delicadamente, muito delicadamente.


Para seguidamente se proceder à deglutição do fruto do pecado! Completamente descascado! Come-se até ao pau! Sem faca e garfo: à selvagem mesmo! Cuidado com os dentes, que isso é material sensível!

Por último, e como ainda tenho uma figura de Natal para queimar, deixo-vos uma cidadã descascada. Não estorva e fica bem em qualquer lado. E depois, o Natal é quando o Homem quiser... mas eu preferia que não fosse em dia nenhum do calendário!

Preliminares

Meu estimados leitores. E trolls.

O tempo tem andado uma porcaria: céu com vários tons de cinzento, chuva, tempo húmido, dias curtos e escuros... um horror!! Sendo eu um vegetal, tenho as minhas necessidades de água e frio... mas não exageremos! Até uma abóbora sabe que o que é demais é moléstia!

Isso com umas coisas que me têm chateado a mona não têm contribuído para o meu humor. Quem sofre é a freguesia, que tem que gramar com posts avinagrados e sem sol. Mas eu vou-me redimir com posts de elevado teor badalhocal e imagens picantes.

Prometo!

... mesmo porque o sitemeter está uma miséria!

Apanhei mais um!

Apanhei isto no post anterior:

jorge disse... Realmente não se aprende nada nesta merda!.apesar da autora estar convencida do contrário ou não fosse ela uma pedante com a mania que é a maior....!!!!

15 de Janeiro de 2008 20:41

Aha!!! Mais um! Mais um troll! Apanhei! E é meu... ... e o que é que eu faço com esta merda? Aliás, trocado por merda isto ainda dá prejuízo! E este blogue segue uma lógica de mercado. Ora se eu não tenho lucro com o meu blogue, não vou permitir também prejuízo! Senão tenho que fechar o tasco! E parecendo que não, há quem aprecie as bacoradas que eu aqui vou deixando! E se manifeste!

Amigos leitores: manifestem-se! Digam-me o que lhes vai na alma! Só as partes boas, claro, que eu vou demonstrar que a caçadeira que está ao pé do livro de reclamações está carregada e faz estragos!

Ora o que é que eu faço a esta porcaria de comentário? Se deixo na beira da estrada ninguém lhe pega e depois ainda apanho uma multa por fazer lixo! E olhem que as multas ainda são pesadas! E eu tenho mais em que gastar o meu dinheiro! E não tenho por hábito poluir!

E isto cheira mal! Aliás, não cheira: é tão insípido que nem categoria para cheiro tem! Esteticamente também não passa de um poio: como insulto não vale um caraças. Um poio sem cheiro! Nem um insulto pornográfico (tipo "não vale um caralho") isto merece! Não tem substância, não tem textura, não tem cor. Isto não passa de um peido mesmo! E dos fraquinhos!

Pedante? Vou eu aceitar o adjectivo "pedante" de um troll que nem sequer um blogue tem para eu poder dizer mal ou bem? Que não me deixa um número de telefone para que eu lhe possa responder à letra? Aliás, cá para mim nem telefone tem: deve usar os telefones públicos, de tão miserável que é! Da rua, que é onde pertence. Se for uma gaja, deve andar mas é nas esquinas a ganhar a vida!

Para mais, Jorge é um nome comum demais. E de menos! Pensando bem, é um nome muito curioso! É o nome do meu Guru, um dos grandes responsáveis por este blogue sequer existir. Já tive um troll que se auto-intitulava "fiel amigo" (mmmm... algo me diz que não estaria a fazer-se ao bacalhau). O meu Guru, contudo, é bem versado na fina arte do insulto, por isso nunca faria tão fraca figura.

Já agora, vou usar uma expressão dele: pudera que este comentador de meia tijela não estar conservado em vinagre. Como um pickle!

Preclaro (alegado) Jorge: se não lhe agrada o blogue... desligue! Tenho a certeza que os Telletubies são muito educativos. Pode ser que ainda vá a tempo para aprender boas maneiras (mas duvido).

Se, contudo, estava só a pedir um pouco de atenção, teve-a. Mas recomendo que arranje um cãozinho para lhe dar atenção (de preferência um daqueles que se monta na perna). Ou um tamagoshi, mas não se desiluda muito quando ele morrer. Se quer outro tipo de atenção ainda vai a tempo de se rir, deixar de ser importante e tomar um copo. É que eu aqui tendo a não me levar muito a sério. E não tenho a mania que sou importante. Mas isso não é o mesmo que ter a mania que não sou importante. Há uma diferença subtil.

Nova sondagem

Chamo a atenção para o facto de a validade da sondagem ser (como de costume) nula. Mas que isso não vos impeça de votar! Isso nunca impediu ninguém de votar ou referendar, por isso não vejo em que é que vocês sejam mais que os outros.

Já agora, dá para votar em mais que uma opção ao mesmo tempo!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Quem verdadeiramente é o parolo dos parolos segundo as contas da abobrinha

Atenção, antes de prosseguir tenho um anúncio a fazer: cacei mais um troll! E é meu, só meu!!! Não o partilho com mais ninguém!

OK, já que pediram muito eu partilho! No post "Isto é o que acontece a quem ameaça uma Abobrinha com mau feitio...", alguém pensou que o tratamento se dirigia só ao Herr Krippmeister. E escreveu:

Anónimo disse...

Abóborazinha, minha putazinha então tu eleges uma bichona encarnada como eu como a mais "pirosa".....xõ xõ xõ

vais ser expulsa da nossa claque de "bichonas encarnadas"!

teu, ZéCasteloBranco

Para já, quem escreveu isto pensa que eu sou mãe dele. E eu não tenho filhos dessa idade! Depois, eu não faço parte de claque nenhuma. A fazer, virar-me-ia para o Sporting: esses sim são causas perdidas! (Ai, que isto vai doer) Mas está explicado como é que o equipamento do Benfica virou a cor de rosa.

Mais ainda: o Zé Castelo Branco não ganhou a sondagem de mais pirosa. Para falar verdade, quem ganhou a sondagem de parolo mais parolo foi

(rufem os tambores)
A MICAS!!!! Pelo seu contributo para a parolice nacional, presente, passada e futura! E por ter tido tão pouca importância que só conseguiu 3 votos em 38 (e isso porque eu votei duas vezes nela e o ZumZumMataMoscas votou em toda a gente!).

Teve pouca importância, mas teve direito a um post! Dito isto, um dinossauro a peidar-se teve direito a um post, por isso como critério vale o que vale! Ou seja, não vale muito! É que aqui não se aprende nada! Eu não me canso de avisar, mas ninguém me ouve!

Eu ainda estive para votar mais 21 vezes na Micas, para dar cabo de qualquer legitimidade que tivesse esta sondagem, mas assim ia ter que o trabalho de escrever acerca do verdadeiro resultado... e isso dava muito trabalho! Assim como assim, eu escrevo o que me dá na real gana, por isso não interessa!

Em segundo lugar António de Oliveira Salazar! Não conseguiu o feito naquela parolice inqualificável dos Grandes Portugueses, mas foi "desonrrorosamente" destronado pela sua pupila. Mmmmm... pupila é uma palavra traiçoeira, não sei se repararam! Não interessa! Não sei quem foi António de Oliveira Salazar nem o que fez. Como o país também não parece saber ou esforçar-se por isso, não me vou sentir culpada. Para mim será sempre o tipo que ficou em 2º na competição dos parolos mais parolos de todos os tempos.

Em terceiro lugar temos João Pedro Pais. Sei quem é mas preferia não saber! Vamos ficar por aqui...

Em quarto temos a Abobrinha! Ninguém sabe quem é, mas também o interesse parece ser pouco! Nem uma votação para mais parola consegue ganhar! Será a Abobrinha uma extra-terrestre? Eu ia dizer uma inteligência extra-terrestre, mas o adjectivo parece ser substantivamente exagerado, por isso não vamos entrar por aí!

A Floribella/Luciana Abreu tem honras de quinto lugar. Por esta altura há crianças que não se lembram dela. As outras ainda não sairam da pedopsiquiatria.

E em último temos o José Castelo Branco, alma de outro mundo, que de vez em quando desce à Terra para nos assombrar. Em todos os sentido. A única coisa positiva que fez foi dar origem a um boneco na Contra-Informação e dar-me a conhecer que os homens conseguiam usar fio dental para mais coisas do que limpar os dentes. E isso eu viveria feliz sem que mo dissessem!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

E extinção é um lugar estranho

A quem estiver a pensar: sim, eu cismei com o "é um lugar estranho".

Quem perdeu 3 minutos da sua vida (e possivelmente mais uns a ler as porcarias que eu escrevo) a ver o filme que apresntei sabe porque é que os dinossauros se extinguiram: desfizeram-se, simplesmente! Se fumassem não seria nada disto (porque a avaliar pelo terceiro post fascizante, quem fuma não se peida).

Ou seja, todas as pessoas informadas deste blogue sabem porque é que os dinossauros se extinguiram. Um dos efeitos perniciosos de eu escrever em português é que nem toda a gente lê a Abobrinha (o que só prova que a diversidade linguística é uma coisa boa) e a informação não chega a toda a gente e depois escrevem disparates. Por exemplo, o Público informa que "George e Roberta Poinar [...] sugerem que os insectos possam ter tido um papel fundamental na transmissão de doenças e na destruição de fontes de alimentação levando ao desaparecimento definitivo dos dinossauros".

Já ouvi disparates piores. Não muitos, mas o número não é tudo! É o que dá andar a mexer na merda: "A pesquisa levada a cabo por George e Roberta Poinar encontrou vermes intestinais em excrementos fossilizados de dinossauros o que prova que insectos infectados possam ter disseminado doenças e provocado a devastação lenta e definitiva dos mesmos". Isto prova que morreram de caganeira, como indica o filme que eu mostrei!

O Público cita um paleontólogo português para refutar esta teoria: "Para Mário Cachão, paleontólogo especialista em dinossauros, todas as teorias que explicam apenas uma parte dos acontecimentos são menos interessantes. Apesar de os insectos nunca terem sido invocados como causa directa para a extinção dos dinossauros, Mário Cachão, ouvido pelo PÚBLICO, defende que “no momento em que se dá o desaparecimento dos dinossauros, há uma série de organismos, microscópicos e marinhos, que também se extinguem". "Deste modo, esta teoria torna-se incompleta não explicando a extinção de outros seres”, acrescenta".

Faz sentido, é lógico e tal, mas não reconhece a contribuição da Abobrinha para a descoberta da real e indiscutível causa da extinção dos dinossauros e outras espécies. Sabem que isto no meio académico é só invejas: este indivíduo não me cita nem ao meu trabalho porque sabe que eu sou mais esperta e sabedora que ele. Por isso é que a Ciência neste país não avança! É triste mas é assim!

Já agora, se querem mesmo aprender umas coisas de dinossauros, vão ver o blogue do Luís Azevedo Rodrigues. Na volta foi o ar puro das viagens que fez que lhe dá leveza na escrita. Não sei o que é, mas sei que gosto.

O misterioso ataque das galochas com desenhos

A propósito de derivas fascizantes e fascizóides (que eu achei uma ideia bestial), resolvi fazer uma limpeza nos maus hábitos que se instalaram na sociedade portuguesa e a corroem por dentro (menos blogar, senão corre-me mal: eu sou burra, mas nem tanto!).

Estou assim perfeitamente empenhada em acabar com tudo o que há de mau nesta sociedade, de modo perfeitamente democrático: o que eu não gostar é riscado do mapa! Parece-me bem, mas eu posso não ser a pessoa mais objectiva para julgar (mas eu também não pedi a opinião de ninguém a esse respeito). A quem argumentar que decidir democraticamente não é a mesma coisa que impor aquilo que eu acho que está certo eu respondo três coisas:

1. Dadas as definições de fascismo, totalitarismo, fundamentalismo e asseptia que se têm lido a propósito da lei do tabaco, esta definição de democracia parece-me perfeitamente aceitável (se bem que um pouco estranha, mas a democracia é um lugar estranho);

2. Se é democracia um experiente político de 19 anos (de idade, não de carreira!) herdar (e não, isto não é um delírio da Abobrinha: a política é um lugar estranho e isto é mesmo assim) um partido para potencialmente liderar um país que mal conhece (o filho da Benazir Bhuto), não vejo porque é que uma definição aleatória como a minha faz menos sentido;

3. Se mais alguém questionar a minha definição de democracia, podem acontecer coisas estranhas mas perfeitamente inócuas que convençam da minha razão (tipo uma cabeça de um cavalo no meio dos lençóis ou um gato morto à porta).

Suponho que estamos entendidos quanto ao conceito de democracia, portanto. Se não for o caso, está à vossa disposição o livro de reclamações.


O nosso amigo Bizarro já contribuiu para esta deriva totali.... democrática ao enunciar a lei do cuspe. A lei tem falhas, mas não interessa, porque pela sua capacidade técnica e elevado sentido cívico o Bizarro já foi eleito democraticamente (ou seja, porque eu quis) e pela sua capacidade técnica (e pelo milhão de euros que fez o favor de depositar na minha conta off-shore, totalmente destinado a obras de caridade: o meu bolso) como Ministro da Saúde do meu futuro governo democrático.

Mas não está sensível à problemática das galochas como acessório de moda: é gajo e é fumador, mas fora isso é boa pessoa.

As galochas são um instrumento de trabalho agrícola e de trabalhos pesados. Já são feias que cheguem como tal. Um par de galochas serve para ir para o meu da lama ou do estrume e para não ser picado pelas silvas mais do que a dose diária recomendada. Para o caso de haver dúvidas, cá está:

Lindo, não? Sexy mesmo: sexy como o homem da Michelin!

Ora ninguém disse que aquela merda era para as meninas urbanas usarem com qualquer tipo de roupa e mala e andar a passear no centro comercial. E por um bom motivo: é uma péssima ideia! Pior ainda que os crocs, mas com duas desvantagens em relação a eles: os crocs não fazem o pé cheirar mal e ao menos dão para esconder com umas calças mais compridotas! E o facto de nestes dias andar a chover calhaus (é que há muito calhau para aí) não é desculpa: gaja que é gaja ajeita-se de sandalinha e camisola de alças se for preciso. Mas galochas nunca!

Só para verem a dimensão da coisa, isto são galochas do pior. Mas estas custam 39.99 libras estrelinas neste site.
Agora sabem o preço destas? Não chegam lá: 175 dólares, aqui!


Seria de esperar que só estes preços e a piroseira fossem suficientes para causar revolta minimamente comparável com a causada pela lei do tabaco... mas não: um blogue até as promove como acessório de moda perfeitamente aceitável. Chamando-se o site "mini-saia", acho que será de concluir que a autora deveria ser autorizada a usar esse e outros acessórios de moda... por baixo de uma burka! Não por motivos religiosos, mas para puro e simples alívio da poluição visual. Reclamações quanto a esta decisão? (MiAAAAAAAAAAAAAU... Pum!!) Ah, bem me parecia!

Conclui-se ainda que há pessoas que fazem mal a si mesmas quando deixadas com a liberdade de decidir o que é a moda. O único remédio: democracia... à moda da Abobrinha (nesta altura sugiro a releitura do ponto 3 da definição de democracia, e já agora pedia a alguém que limpasse o sangue do gato, que eu já lavei as mãos e não as quero sujar de novo).

Se algo vos afligir, façam o favor de se queixar à vossa democrata preferida. Eu trato disso a bem. E quando não de a bem... tenho uma série de cavalos e gatos de reserva se for preciso... ...